ENTENDA A QUESTÃO

Entenda a Questão

É com espanto e indignação que a maioria das pessoas reage quando se tornam públicos casos de violência sexual contra crianças e adolescentes. No entanto, a preocupação cotidiana dessas pessoas com o tema não costuma ser proporcional à reação, mesmo que esse tipo de violência aconteça de forma muito mais próxima e frequente do que se imagina. Ela é acobertada por um manto de silêncio, seja por consentimento ou receio de quem convive com as vítimas, o que garante ao agressor a continuidade e impunidade dos seus atos.

Conhecendo alguns números que envolvem a causa, é possível perceber a dimensão do problema:


Abuso e exploração sexual são as duas formas, igualmente perversas, com que a violência sexual se manifesta.

O abuso é qualquer ato de natureza ou conotação sexual em que adultos submetem menores de idade a situações de estimulação ou satisfação sexual, imposto pela força física, pela ameaça ou pela sedução. O agressor costuma ser um membro da família ou conhecido. Já a exploração pressupõe uma relação de mercantilização, onde o sexo é fruto de uma troca, seja ela financeira, de favores ou presentes. A exploração sexual pode se relacionar a redes criminosas mais complexas e podendo envolver um aliciador, que lucra intermediando a relação da criança ou do adolescente com o cliente.

Existe uma série de fatores que podem favorecer esse tipo de violência, além da condição de pobreza. Entre eles encontramos questões de gênero, étnicas, culturais, a erotização do corpo da criança e do adolescente pela mídia, consumo de drogas, disfunções familiares e baixa escolaridade. Contudo, devemos lembrar que a violência sexual acontece em todos os meios e classes sociais.

O abuso e a exploração sexual são crimes graves, que deixam marcas profundas nos corpos das vítimas, como lesões, contágio por doenças sexualmente transmissíveis e gravidez precoce. Mais do que isso, a violência sexual prejudica profundamente o desenvolvimento psicossocial de crianças e adolescentes, gerando problemas como estresse, depressão e baixa autoestima. É dever da família, do Estado e de toda a sociedade protegê-los. A missão da Childhood Brasil é mobilizar e articular esforços de Governos, empresas e organizações sociais em torno dessa causa.